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setembro 19, 2010

Há Tempos

  Ele estava sentado dentro da roda gigante, olhava o sol se pondo ao longe, atrás dos grandes prédios que atrapalhavam sua paisagem. A luz do sol refletia no rosto molhado dele, as lágrimas não parava de cair. Não sabia porque chorava, não sabia porque sorria enquanto chorava, não sabia porque estava ali se seu desejo era estar em outro lugar. Não sabia porque ainda continuava vivo, se sua vida já havia passado há tempos atrás.
  Estava revivendo momentos em sua fútil imaginação, se via em lugares já visitados, em alguns beijos roubados e em outros choros amargos. Lembrava de amigos distantes, de amores proibidos e de alguns inimigos, e de como se encontraram pela primeira vez. Contou quantas vezes estivera ali, naquela mesma roda gigante, sozinho, ou acompanhado. Ali era seu lugar preferido, seu lugar de lembranças, boas, ruins, engraçadas, mas lembranças, que sempre são o que ele revive ali. Não conseguia parar de ir lá, pelo menos uma vez por mês, ele ia só para olhar o pôr do sol.
  Saiu da roda gigante, foi caminhar pelo parque de diversão, enxugou o rosto, e quando olhou para trás, viu ela, a lembrança que mais gostava de lembrar estava de novo presente em sua vida. Não foi falar com a garota mais gentil que conhecera, ele sabia que ainda a amava, mas não queria falar com ela, preferia assim, ama-la ao silêncio. Não queria cometer as loucuras que pensou um dia cometer, sabia que era tarde demais. Continuou caminhando pelo parque, não a viu mais, mas não conseguiu tirar o sorriso do rosto, mais uma lembrança ficou guardada em sua memória.

Marcus James

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