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novembro 08, 2010

Pela última vez.


Por mil vezes eu implorei pra que tudo acontecesse outra vez. Eu fiz mil orações, implorei como se fosse um milagre mas parece que nada me aconteceu. Pareceu que Deus havia fechado os ouvidos para mim. Você estava tão longe, e eu tentava me aproximar, mas sempre parecia que você corria mais. Eu tentei todas as chaves, todas as portas, tentei seguir por todos os caminhos, mas nunca te encontrei de novo. Eu dormia desejando você, acordava desesperado no meio da noite para ver se tudo não passava de um pesadelo, mas não, eu estava bem ali, no mesmo canto, da mesma madrugada, com o meu maior medo ao meu lado: eu estava sem você. Nunca acreditei em desejos de estrelas cadentes, mas sempre que eu via uma, eu desejava você. Nunca acreditei que quando se vê horários iguais, significa que alguém está pensando em você, então você dá um beijo no relógio e simboliza que demos um beijo em quem está pensando em nós. Mas sempre que eu via algum horário igual, eu beijava o relógio, desejando que eu estivesse beijando você, e mais além, que fosse você quem estivesse pensando em mim. Nunca acreditei que você poderia voltar aos meus braços outra vez, mas sempre que eu não me vigiava, me pegava desejando você mais uma vez, nem que fosse pela última vez. Você dizia me amar, mas eu não sei o que aconteceu. Resolveu desaparecer, não deixou nem um mapa para eu te procurar. Queimou todas as minhas esperanças, e por dentro eu me corroia, deixando que o fogo se alastrasse por todo o meu corpo. Como se não houvesse mais vida depois da sua partida. Imobilizei. Os sentimentos parecem que foram junto com você. A respiração. O sorriso. A esperança. Como se você tivesse tirado o meu fôlego, e eu estava debaixo da vigésima onda agora, a 300 metros de profundidade numa água gelada e totalmente sem ar. As mãos não queriam se mexer, a boca não queria comer, o corpo não queria trabalhar, e a mente não parava de desejar. Em todas as noites, por seis anos olhando o céu estrelado, a luz da lua invadia o meu quarto me lembrando um novo dia, e eu estava perdendo. Seis anos sem vida. Sem amor. Sem paz. Sem você. Seis anos que pareciam quatrocentos. Mas ainda estava de pé, em frente a mesma janela que vi você partir. E os mesmos olhos tristes e com lágrimas que te olharam indo embora, ainda estão aqui, olhando o horizonte desejando que aqueles pés que se foram, volte outra vez me trazendo o amor, a minha paz, e a minha vida de volta. A vida que você roubou de mim quando resolveu me deixar.


William Balmant

2 comentários:

  1. Olá, tudo bom?
    Vi seu blog na comunidade "Escritores de gaveta" e achei muito interessante.
    Comecei um blog tbm, se puder e não for pedir muito, de uma passadinha no meu?

    http://cabecafeminina.blogspot.com/

    Muuito obrigada e parabéns pelo blog!!!!

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