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novembro 22, 2010

Love, love, desire to love.




Eu estava despedaçando uma flor, e a cada pétala que caía era um destino bruscamente diferente. Já não restavam muitas, até que chegou ao destino final e não adiantava negar: mal-me-quer. No jardim havia mais flores. Três, quatro, cinco, seis flores e suas pétalas arrancadas e, incrivelmente todas me deram o mesmo decreto. Decidi procurar algum trevo de quatro folhas, um dente de leão, uma joaninha ou uma estrela cadente num céu ensolarado. Procurei algum desejo, alguma sorte, mas tudo que tive foi azar e isto só me confirmou quando, com raiva, joguei uma pedra para dentro de casa e seu alvo foi um espelho, e como eu já devia saber, havia se quebrado. Sete anos de azar. Jogos de cartas. Eu sempre ganhei. Sorte no jogo, azar no amor. E realmente, achei que o amor não tivesse sido criado para mim, chegando até a duvidar se existia de fato. Essa palavra não fazia parte do meu dicionário e no meu contexto ela não havia sentido. Era só uma palavra no meio de outras milhões, escondida em algum lugar do jardim, mas que de algum jeito, ou por algum motivo, eu nunca consegui encontrar. Até que você apareceu. E todos os “mal-me-quer” me disseram sim. Sim, bem me quer. E eu te quero, também. E já não precisei mais de estrelas cadentes ou qualquer joaninha que trouxesse sorte ou algo que me desse direito a desejar, pois quando você aqui chegou, trouxe junto a ti, o amor. E a partir dali, não importava mais, e de algum jeito e totalmente sem explicação, tudo simplesmente passou a fazer sentido.



William Balmant

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