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novembro 10, 2010

Tão Improvável



E novamente eu caio em contradição. Por mais que eu esteja bem, que eu não deseje sintir, eu sinto. Tudo volta, como se nunca tivesse saído de mim.
Eu me lembro que enquanto eu usava salto, você usava chinelo. Enquanto eu queria ir no cinema, você queria ficar em casa. Enquanto eu preferia portugues, você amava arte. Enquanto eu dizia sobre música pop, você só falava de reggae. Enquanto meus olhos se esquivavam, os seus nem disfarçavam olhares sobre mim. Enquanto eu queria filme de terror, você queria comédia. Enquanto eu queria carne, você salada. Enquanto eu sentia ciúmes, você ria. Enquanto eu queria refrigerante, você queria suco. Enquanto eu preferia banho quente, você amava água fria. Enquanto eu me lembrava de datas, você se esquecia todas as vezes.
São tantas coisas. Tudo me faz lembrar, porque em tudo existia nós. Nós tinhamos defeitos, qualidades, erros, acertos, ganhos, perdas, obstáculos, tudo como todos têm. Mas para nós pareciam tão maiores, tão extensos, quase sem fim. Porém, com o tempo, foram diminuindo, assim como a nossa proximidade. Foi-se. Com o vento, com o tempo, com a falta de tempo, deixando o espaço, um vazio.
E então, enquanto eu queria mais amor, você pedia mais vida. Vida vazia, já que não existia amor, só vida por obrigação. Separação. Alguém sem ninguém dentro. Você com um, dois corações dentro de um peito que, a cabeça, pedia vida.

Amanda Ferreira

1 comentários:

  1. Estamos com uma ideia de divulgação. Os textos que não forem comentados, após um tempo, estamos postando novamente.

    Beijos,
    Amanda.

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