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dezembro 23, 2010

Carta 1 - 25 de março

   Não sei se o que estou fazendo é certo, mas continuarei fazendo até me parecer que estou indo no caminho certo.
   Estou aqui, na beira do mar, ouvindo o vento sussurrar, o mar bater nas inúteis pedras e o Sol, tão belo, indo embora. Não sei porque, mas lembrei de você, lembrei das nossas pegadas na areia, lembrei de eu te carregando até o mar, de você sorrindo para mim no nascer da Lua. Das suas covinhas tão meigas e engraçadas quando ria de minhas piadas sem graça.
   Não sei porque estou te escrevendo, não sei nem ao menos onde você mora, nunca soube, e talvez nunca saberei. Não sei seu nome, telefone, nem ao menos se é desse país.
  Se algum dia essa carta chegar até você por meios esquisitos, não estranhe, pode ter certeza que eu irei fazer de tudo só para que você receba essa carta e saber que aquele vinte e um de março foi especial para mim, um dia, uma noite, foi o necessário para eu me apaixonar. Não quero que me responda, como viu, não coloquei meu nome, e nada para que você me encontre, é impossível estarmos juntos fisicamente, mas pode ter certeza que eu te esperarei todas as noites após eu adormecer.
  Com, talvez, amor.

Marcus James

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