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fevereiro 12, 2011

Uma lembraça boa


(Meu coração está pedindo amor, mas diferente do que já tem. Está pedindo paz, mas eu não sei aonde achar. Está pedindo afeto, mas desde que você se foi eu desisti de procurar. Simplesmente não vale a pena). Eu não parava de cantar essa música, enquanto o fone de ouvido no máximo me impedia de ouvir a chuva que caia lá fora.
Entrei no meu quarto e vi sua touca jogada na cama. Na cômoda, do lado do abajur, sua aliança prata que dentro tinha meu nome escrito. Tirei o fone e analisei-a.
Durante três anos eu me perguntei o que havia acontecido pra você desistir de mim. Exceto aquela noite, em que fazia frio e nem todas as blusas de meu armário adiantavam.
Lembrei das noites frias que passei com você, da sua voz dizendo sobre as tempestades de neve no Sul e agradecendo por não viver lá.
E tudo de repente se tornou lembrança, que alguns dias eu preferia que passassem em branco. Hoje eu queria que não passasse de um sonho repetitivo.
Olhei meu armário e vi o casaco da noite do acidente., que eu tinha evitado usar. O casaco em que os médicos te encontraram enquanto me ligavam dizendo que tinha morrido no local, que não tinha mais o que fazer. Naquela noite a gente havia terminado, mas mesmo assim, o numero para emergencia no seu celular ainda era o meu então por azar fui a primeiro a entrar em choque com a notícia. Abri o bolso e achei minha aliança, e um papel dobrado.
"Pensei em te ligar, mas não sou esse tipo de garoto. Sou do tipo que você conhece muito bem graças a mim. Aquele que prefere coisas antigas como um bilhete ou uma visita na madrugada dizendo que sinto saudades e te amo muito. Obrigada por me fazer feliz, minha menina" Jack, 16/02/2008 às 04:15 a.m.
Era só mais uma lembrança sua, que me atormentaria junto as outras. Eu me sentia culpada, afinal você havia saido de cabeça quente do meu apartamento e logo depois, recebi a ligação sobre o acidente.
Mas aquela era uma lembrança boa... do tempo que você me amava e se dedicava a mim, a me dizer isso. O tempo em que me amava, como eu te amava, amo mesmo com toda a culpa, dor e sofrimento. E vou amar até que as lembranças virem pó junto a mim após a morte.

Amanda Ferreira

1 comentários:

  1. Fofa, vc manda muito bem.
    Eu e minha irmã estavámos lendo aqui, as duas nos emocionamos.
    Continue assim :*
    Muito romântico e tocante.

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