Inverno

  Tinha acabado de me levantar da cama quando o despertador tocou. Eram 6:30  Tinha me acostumado a acordar um pouco mais cedo, tomei minha água que sempre deixo ao lado da cama, joguei um pouco no rosto. Era como todos os dias da semana, cansativo, enjoativo e sem nada a mais. Quando sai de casa para dar uma caminhada eu vi algo estranho, um floco de neve caia em minha frente. Tinha esquecido como era bonito ver algo tão simples assim. Fiquei observando a neve caindo em meu quintal morto, sem nenhum jardim ou algo parecido. Fiquei parado ali uns vinte e cinco minutos, só vendo um tapete branco se formando e tampando meu ridículo quintal. E quando olhei em volta um mundo branco me envolvia.
  Quando olhei para meu relógio já estava na hora de pegar o caminho para trabalhar, ia me atrasar ir andando, mas não liguei, quis mudar um pouco de rotina. Ia de carro todos os dias, enfrentando aquele infernal trânsito. Caminhava tranquilamente, sem pressa, observando cada detalhe da natureza que tinha me esquecido como era. Cada folha de árvore coberta por uma pequena camada de neve. Não sei porque, mas gostava de ver um mundo branco, me sentia em paz. Caminhava e sentia a neve em meu rosto, queria voltar a viver juntamente com a natureza.

  Cheguei no trabalho quase quarenta minutos atrasado, mas nem ligava. Sentei em minha mesa e fui pegar meu computador em meu armário. Quando abri-o, percebi que alguém havia mexido ali, estava uma pequena bagunça, e no meio dela eu encontrei um papel pardo, com uma fita vermelha amarrando-o, estranhei-o e com muita curiosidade eu o peguei e logo abri.

  Não sei como mas quando o peguei já sabia o que era. Não consegui conter algumas lágrimas quando acabei de ler, mas quando o virei encontrei um pequeno recado seu: "Eu ainda manterei minha promessa, ainda te amarei para sempre.". Li, e reli aquilo várias vezes, e nem senti o sorriso apaixonado se criando em meu rosto. Não era mais um dia comum. Era o inverno chegando em minha vida.

Marcus James